A adoção de uma cultura centrada em boas práticas relacionadas ao meio ambiente também é possível (e esperada!) em ambientes hospitalares. Saiba mais sobre a sustentabilidade hospitalar.
Hospitais são instituições que possuem rotinas intensas e demandas complexas. Com operações que funcionam 24 horas, 365 dias por ano, têm um elevado consumo de água e energia, além de uma grande geração de resíduos, inclusive, os considerados perigosos. Por esse motivo, ações de sustentabilidade hospitalar estão se tornando cada vez mais comuns em hospitais em todo o mundo, incluindo o Brasil.
De modo geral, um dos grandes obstáculos enfrentados pelas empresas atualmente é a implementação e a medição do desenvolvimento sustentável, especialmente em um cenário organizacional cada vez mais competitivo.
Além disso, a necessidade de produção crescente e o atendimento às necessidades básicas da população, como é o caso dos hospitais, tornam ainda mais complexa a busca pela sustentabilidade. É preciso fornecer um serviço de qualidade aos usuários cidadãos, sem causar impactos negativos e superar as expectativas das partes interessadas, maximizando o processo de geração de valor. Tudo isso, em plena operação!
É possível praticar a sustentabilidade hospitalar?
Sustentabilidade hospitalar é a adoção de uma cultura de desenvolvimento verde dentro dessas instituições. Embora em evolução, o conceito de hospital sustentável já é uma realidade! Algumas das práticas mais comuns incluem o uso de fontes alternativas de captação de água, reúso, a utilização de energia renovável e o gerenciamento e tratamento de efluentes (esgoto) e outros tipos de resíduos.
O maior desafio, no entanto, é implementar mudanças sustentáveis no ambiente hospitalar sem afetar a operação diária. Para isso, é importante contar com uma equipe multidisciplinar altamente capacitada de arquitetos, paisagistas, decoradores, engenheiros e luminotécnicos e muito planejamento.
Estratégias de sustentabilidade hospitalar na prática
Organizações públicas e privadas precisam estabelecer estratégias e práticas para implementar ferramentas de gerenciamento a fim de identificar, monitorar e corrigir as lacunas que as afastam do padrão de organizações sustentáveis. Abaixo listamos cinco exemplos:
1. Liderança e gestão ambiental hospitalar
Para avaliar a sustentabilidade do setor hospitalar de forma abrangente é fundamental estabelecer e selecionar os indicadores adequados para cada dimensão de sustentabilidade. Por exemplo, a dimensão estratégica envolve a atuação dos líderes da organização no gerenciamento estratégico dos recursos e na definição das diretrizes para prestação de serviços hospitalares de forma ética e com qualidade.
Além disso, é importante que os líderes da organização desempenhem o papel como agentes de mudança e promovam um clima institucional inovador. Eles devem ser capazes de motivar sua equipe para atingir objetivos compartilhados e influenciar outros aspectos da organização, como o clima organizacional e as estratégias empregadas.
Já que a falta de sensibilização por parte de líderes, investidores e colaboradores pode ser um obstáculo para a implementação de práticas sustentáveis e tecnologias ambientais no hospital, é importante que gestores e funcionários sejam conscientes das questões socioambientais. Afinal, elas não afetam apenas a sociedade, mas também os custos, o nível de eficiência e até a reputação e a imagem da instituição, que, por sua vez, podem impactar no acesso a recursos financeiros.
2. Gestão de resíduos
A gestão correta dos resíduos é uma tarefa essencial em um hospital. O grande volume de lixo gerado requer uma atenção específica, pois o descarte de resíduos hospitalares precisa ser realizado com cautela, evitando possíveis contaminações. É importante criar uma consciência coletiva entre os colaboradores sobre o impacto positivo do descarte correto. E, mais que isso, na fonte do problema, criando estratégias e políticas para redução de resíduos gerados, em especial os que são mais nocivos ao meio ambiente e às pessoas. Um exemplo são os exames radiológicos em filme, que são prejudiciais devido à presença de componentes químicos perigosos, como metanol, plástico, amônia, prata e bromo. Nesse ponto, os pacientes também precisam estar cientes da importância do descarte adequado deste tipo de material, além de cobrar mudanças.
Uma alternativa para reduzir os danos desses rejeitos é o uso da digitalização dos exames de imagem, diminuindo a presença de tais itens no lixo. É, portanto, um sistema de radiologia mais eficiente e sustentável.
3. Eficiências hídrica e energética
A construção e a forma como o prédio é alimentado com água e energia têm impacto direto na minimização do dano ambiental de um hospital. Instituições com certificações de edifícios “verdes”, como o selo LEED, estão na vanguarda da sustentabilidade. Tais selos enfatizam a excelência da gestão da água e energia, com o mínimo de desperdício, a redução do consumo e a captação de fontes sustentáveis e renováveis.
Por exemplo, ao ter uma estação de tratamento de efluentes própria, não há a necessidade de despejar águas não tratadas na rede pública e ainda é possível reutilizá-las, reduzindo o consumo. Além disso, a captação e armazenamento de água da chuva também podem ser aproveitados para fins não potáveis, tais como lavagem de pisos, irrigação, paisagismo e sistemas de resfriamento. É importante dar prioridade à aquisição de equipamentos e materiais que possam ser reciclados, que tenham baixo consumo de energia e/ou que possam ser reutilizados.
Já em relação à eficiência energética, o uso de painéis solares tem se tornado um caminho eficiente, graças ao aumento de opções acessíveis e práticas disponíveis no mercado. O sistema já é utilizado por instituições em toda a construção ou em áreas específicas, como o aquecimento de água para banho.
4. Uso de materiais impressos
Quando se trata de impressão, o papel é o primeiro material que vem à mente. De acordo com uma pesquisa feita pelo site “Two Sides”, o Brasil tem uma quantidade significativa de papel reciclado, coletado após seu uso e convertido em novos produtos. Desde 2015, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), a taxa de recuperação de papel reciclado em relação ao total de papel entregue no mercado brasileiro é de, aproximadamente, 61%.
Em hospitais, a preocupação é justamente em reduzir a quantidade de insumos e impulsionar a reciclagem de materiais produzidos. Sendo assim, é preciso ter consciência da necessidade de diminuir o desperdício, preservar os recursos naturais e evitar o uso de substâncias tóxicas presentes em tonners e tintas, que podem acabar sendo descartadas de forma inadequada e prejudicar rios e solos. Por isso, um hospital também deve encontrar fornecedores que garantam o correto descarte destes materiais em um modelo de logística reversa.
5. Novas práticas de limpeza e manutenção
Os hospitais sustentáveis estão incorporando cada vez mais produtos orgânicos em seu dia a dia. O uso de produtos de limpeza biodegradáveis, por exemplo, é uma medida eficaz e simples para reduzir o impacto ambiental das substâncias tóxicas. Esses produtos não apenas beneficiam o meio ambiente, mas também a Companhia, já que são mais eficientes e menos propensos a causar alergias ou lesões na pele devido à sua baixa abrasividade química.
O mesmo princípio se aplica a equipamentos, como o sistema de climatização. Manter em dia a manutenção e a limpeza profissionais fazem toda a diferença para uma operação mais eficiente e, consequentemente, mais econômica e menos nociva ao meio ambiente e à saúde e ao bem-estar das pessoas, assim como as manutenções preventivas e monitoramento nos sistemas elétricos.
Contar com uma empresa especializada na prestação desses serviços e que, ao mesmo tempo, esteja alinhada a uma visão de sustentabilidade com práticas socioambientais responsáveis é uma forma eficiente de trazer essa prática para a Companhia de forma mais rápida e econômica. O Grupo Paineiras, por exemplo, tem em sua gestão a preocupação com os aspectos socioambientais. Como evolução dessa abordagem sustentável, já está em processo de obtenção do Rótulo Ecológico concedido pela ABNT.
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