Para atender a meta, reciclagem no Brasil deve saltar de 2% para 48%. A participação ativa das empresas é essencial para atingir esse desafio.

Embora o Brasil tenha a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevista na Lei 12.305/2010, o País recicla apenas 2% dos 82,5 milhões de toneladas de resíduos coletados por ano, segundo dados do Panorama da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). De acordo com a entidade, a meta de reciclagem no Brasil é chegar a 120 milhões até 2040.

Em relação à produção dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em território nacional, o principal elemento é o orgânico, como restos de alimentos, resíduos verdes e madeiras. De acordo com o levantamento da Abrelpe, este tipo de componente representa 45,3% do total, no entanto, apenas 0,2% desse montante é de alguma forma recuperado. Os recicláveis ​​secos representam 33,6%, incluindo plásticos, papel, papelão, vidro, metais e embalagens multicamadas, dos quais apenas 2% são reaproveitados.

A baixa taxa de recuperação de resíduos leva a sobrecarga de aterros sanitários, aumentando a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) e contribuindo para o aumento da exploração da natureza, já que o descarte resulta na necessidade de extração de mais matérias-primas.

Metas de reciclagem no Brasil

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) surgiu com o objetivo de mudar a realidade e valorizar os RSUs, estabelecendo a meta de reciclar ou recuperar 48,1% do total de resíduos sólidos urbanos até, pelo menos, 2040. Para cumpri-la, o Planares pretende recuperar 20% dos recicláveis ​​secos e 13,5% da fração orgânica.

Além disso, a ideia é que todos os municípios tenham a iniciativa de reciclar seus  resíduos por meio da coleta seletiva, compostagem e digestão anaeróbia, ou seja, processo de degradação da matéria por microorganismos, que produz biogás e digestato, com propriedades fertilizantes.

A meta também é garantir que 72,6% da população tenha acesso à coleta seletiva. Hoje, esse índice está abaixo de 40%. Vale destacar que o Panorama de Resíduos Sólidos 2021 da Abrelpe mostra que 26% das cidades brasileiras não possuem iniciativas de coleta seletiva e das 74% restantes muitos serviços ainda se apresentam de forma insuficiente.

Todavia, o Plano prevê que, em 20 anos, mais de 60% do biogás dos aterros e da digestão anaeróbia se transformem em eletricidade. Isso tem o potencial para abastecer 9,5 milhões de residências. Desse modo, 15% dos resíduos devem ser voltados para geração de energia local.

Como as empresas podem ajudar na reciclagem no Brasil?

O caminho para atingir esse objetivo não depende apenas da sociedade civil. As empresas que cumprem a legislação e implementam a gestão de resíduos, que é o processo operacional de coleta, transporte, destinação e controle desses elementos, têm papel fundamental nesse processo.

Dados do Sistema de Estimativa de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) indicam que o setor de resíduos contribuiu com 4% do total de GEE emitido no Brasil em 2021, o que significa 96 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente emitidas.

Devido às corporações produzirem altos volumes de resíduos, elas devem assumir sua responsabilidade, incorporando o tema entre as questões de Governança, Meio Ambiente e Social (ESG, na sigla em inglês). Um dos primeiros passos é optar por soluções de destinação correta, assegurando que os resíduos sejam descartados de maneira adequada.

Reciclagem no Grupo Paineiras

No Grupo Paineiras, por exemplo, os colaboradores são orientados a guardar todas as embalagens e outros tipos de resíduos que não serão mais utilizados. Esses itens são recolhidos regularmente nos locais de trabalho dos clientes e encaminhados para a sede da empresa, onde são separados e enviados à uma Cooperativa responsável pela destinação correta.

Até mesmo os uniformes desgastados dos colaboradores são triados para evitar o descarte. As peças que estão em boas condições são lavadas e integram uma ação solidária anual que o Grupo Paineiras faz na Bahia.

Uma forma de contribuir para a diminuição dos impactos é promover uma economia circular, permitindo que os resíduos retornem à cadeia produtiva, isto é, garantindo que um produto se transforme em outro.

Para as empresas, se faz necessário desenvolver esses novos modelos de negócios que agreguem valor ao produto/serviço, tornando, ainda, seu próprio negócio mais sustentável e até mesmo mais lucrativo.

Outras vantagens são a limitação dos riscos de abastecimento, novos e melhores relacionamentos com os clientes e até colaboradores, maior competitividade no mercado e contribuição para a preservação do capital natural e atividades sustentáveis. Em suma, ganhos financeiros e valores corporativos fortalecidos.

Se você quer ter na sua cadeia de valor empresas que estejam alinhados a esse compromisso com a sustentabilidade, consulte as opções de serviços terceirizados do Grupo Paineiras.