O que a gestão de facilities pode fazer para trazer retorno financeiro e produtividade usando indicadores de sustentabilidade?

A sustentabilidade empresarial é uma pauta que o setor de facilities tem levantado há alguns anos, principalmente, após janeiro de 2004, quando o ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, convidou mais de 50 CEOs de grandes corporações para integrar uma ação conjunta a fim de encontrar maneiras de aplicar a agenda ESG aos mercados de capitais.

Ao desenvolver esse conceito, o pacto global se estabeleceu em torno de boas práticas de sustentabilidade e governança corporativa, criando laços entre o ESG e a gestão de facilities.

Assim, a sustentabilidade empresarial pode ser definida como ações ecologicamente e socialmente responsáveis implementadas nas operações e produtos de uma empresa. De equipamentos que proporcionam grande economia de água a produtos sustentáveis, investir para reduzir os impactos ambientais por meio de eficiência é uma necessidade.

Produtos sustentáveis na limpeza profissional

De acordo com a pesquisa ESG e sua Comunicação nas Organizações no Brasil, divulgada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 95% das empresas brasileiras consideram a pauta ESG prioridade em suas agendas corporativas.  Neste cenário, por ser responsável pela centralização dos serviços de apoio à operação da companhia, o gestor de facilities possui um papel a desempenhar. Ao cuidar da manutenção técnica, elétrica, hidráulica e civil, até paisagismo, segurança, limpeza, entre outros, deve-se certificar que todas as áreas ofereçam soluções que visam o formato sustentável do negócio.

Uma maneira do gestor realizar um gerenciamento sustentável conforme os princípios da agenda ESG é acompanhar as tendências do mercado. A limpeza profissional, por exemplo, vem se destacando como um dos setores que estão avançando em direção a novas práticas ecológicas.

A Proquimia, empresa de produtos para limpeza industrial, apresentou produtos biodegradáveis altamente concentrados na edição deste ano da feira Higiexpo, em São Paulo. Utilizando tecnologia XOP, a companhia trouxe cápsulas hidrossolúveis, certificadas com a Etiqueta Ecológica Europeia, nas quais reduzem o uso de matérias-primas, embalagens e energia em sua produção. Enquanto a fabricante de produtos de limpeza de Recife (PE), Quimilab, levou para a feira uma linha de produtos com tensoativos biodegradáveis, que significa fórmulas menos agressivas ao ambiente.

Sustentabilidade empresarial gera economia

Ao adotar uma abordagem ecológica no gerenciamento das instalações, a gestão de facilities gera benefícios sociais, ambientais e econômicos à empresa, visto que há inúmeros produtos no mercado que buscam fazer a fusão da eficácia e economia.

A linha PeakServe, da marca Essity, por exemplo, promete uma solução para banheiros de grande circulação, como shows e estádios. Esta dispõe um número maior de toalhas disponíveis nos dispensers, mas diminui o consumo devido ao sistema “uma folha por vez”, prezando pela economia e, ainda sim, trazendo eficiência. Já uma nova peça de inox criada para a lavadora de alta pressão modelo J12000, da JactoClean, demonstra uma diminuição de até dez vezes do consumo de água para limpeza, impactando no valor da conta da empresa no final do mês.

Além de novos produtos, os processos têm o poder de garantir uma economia de recursos financeiros para a empresa, seja por meio da redução do consumo de energia elétrica e de água, gestão de resíduos e o reuso de materiais básicos. Isto é, uma empresa que escolhe trocar equipamentos e processos por aqueles que viabilizam ações sustentáveis, conseguem reduzir consideravelmente seus custos e seguir oferecendo bens e serviços de alta performance.

Outro ponto relevante é que a postura ecológica ainda agrega valor à marca e chama a atenção do consumidor. Um estudo realizado em 2015 com 1.138 internautas de todo o País, realizado pela Opinion Box, Mundo do Marketing e Dia, concluiu que 54% dos consumidores costumam dar preferência a empresas ou marcas que sejam reconhecidas por cuidarem do meio ambiente.

Gestão dos fatores ESG

O gestor de facilities deve ficar atento às práticas sustentáveis tanto internamente quanto no momento de contratar serviços terceirizados. Mais do que um comportamento relevante, a sustentabilidade empresarial é uma oportunidade para se diferenciar no mercado. Por isso, avaliar o escopo e materialidade, auxilia as lideranças a decidir onde podem aplicar esforços, investimentos e melhorias.

Recursos mal utilizados, além de caracterizar agressão ao meio ambiente, agridem diretamente as finanças corporativas, elevando gastos que poderiam ser reduzidos. Sendo assim, é importante que a gestão faça o diagnóstico dos aspectos ambiental, social e de governança para entenderem as fragilidades e os pontos fortes da empresa.

Certificados e legislação que abrangem a sustentabilidade

Atualmente, existem vários certificados que atestam a qualidade do trabalho de uma corporação. Em relação a gestão ambiental, existem certificações, que ajudam as empresas a adequar responsabilidades ecológicas aos seus processos e continuar bem sucedidas economicamente. Consciente da importância do tema, o Grupo Paineiras já está no processo de aquisição da certificação ecológica. Assim, os clientes também poderão contar com um parceiro não só comprometido com a responsabilidade social em todos os aspectos, mas também certificado.

A NBR 16001, por sua vez, foca em temas como cidadania e transparência sustentável.

Em termos de legislação, destaca-se a Lei nº 9.985, que regula o artigo 225 da Constituição Federal, instituindo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, marcando o uso sustentado dos recursos naturais que devem ser cumpridos pelas empresas.

Existem também outras leis que procuram controlar a utilização e exploração dos recursos. Portanto, a gestão de facilities deve ficar atenta a maioria delas, incluindo a Lei de Crimes Ambientais (Decreto nº 3.179/99), na qual pune administrativa e penalmente as pessoas físicas e empresas que impactam negativamente o meio ambiente, bem como poluição de água e morte de animais silvestres. Também há a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (12.305/2010), que determina os princípios das gestões integradas e ambiental de lixo, estabelecendo responsabilidades.

Do processo de manutenção até as pequenas atitudes, as empresas, por meio da sustentabilidade empresarial promovida pela gestão de facilities dentro da cultura das corporações, podem colaborar para construir uma sociedade responsável e consciente perante o compromisso com o meio ambiente e com as pessoas, tendo a governança corporativa como base.

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