A implementação de práticas visando à biossegurança hospitalarauxilia a minimizar os riscos biológicos que circulam dentro do hospital.

A biossegurança hospitalar é um tema essencial na agenda dos gestores de hospitais e clínicas, uma vez que envolve um conjunto de medidas que visam minimizar os riscos biológicos inerentes às atividades hospitalares. Tais riscos não só afetam os profissionais envolvidos, mas também o meio ambiente e a saúde das pessoas em geral. Por isso, é necessário esclarecer o valor das principais práticas sobre o tema.

Qual o conceito de biossegurança hospitalar?

Em linhas gerais, a biossegurança hospitalar consiste em um conjunto de diretrizes que devem ser aplicadas no ambiente de trabalho. Desde médicos e enfermeiros até técnicos de laboratório e profissionais da limpeza, todos devem seguir normas específicas que visam minimizar riscos que possam colocar a saúde dos colaboradores e dos pacientes em risco.

A biossegurança define quais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são necessários em cada procedimento ou atividade, além de orientar práticas de segurança do trabalho que devem ser cumpridas. Tudo isso com o objetivo de prevenir acidentes físicos, químicos ou biológicos no ambiente hospitalar.

Portanto, em relação às instituições e seus integrantes, a biossegurança cuida de:

  • Instalações e infraestrutura adequadas;
  • Boas práticas em hospitais e laboratórios;
  • Exposição de profissionais a agentes biológicos;
  • Qualificação e treinamento de equipe.

O que diz a legislação sobre a biossegurança hospitalar?

A regulamentação da Biossegurança é feita por meio da Lei 11.105/15, que estabelece normas e diretrizes sobre o tema para diversos ambientes de risco, como indústrias, universidades, laboratórios, hemocentros, hospitais, entre outros. A Anvisa, por sua vez, possui um Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar, definindo a biossegurança como um conjunto de ações que visam prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos relacionados às atividades médicas e hospitalares, que possam afetar a saúde dos profissionais envolvidos e o meio ambiente. Conforme o documento, é responsabilidade do hospital gerenciar e garantir a segurança em seu ambiente.

Vale lembrar que a fiscalização é realizada de forma ativa por dois órgãos: o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e a Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA). Esses órgãos são responsáveis por:

  • Zelar pela saúde e integridade física do trabalhador, bem como revisar todos os incidentes que envolvam visitantes, pacientes e funcionários, mantendo registros e estatísticas de todos os danos ocorridos;
  • Investigar e analisar os incidentes, propondo medidas preventivas e corretivas para evitá-los;
  • Apoiar a gestão como consultor em questões relacionadas à segurança do trabalho e atividades correlatas;
  • Coordenar e capacitar a equipe da Brigada Contra Incêndio, além de instruir a população envolvida em situações de incêndio.

Segundo estabelecido na Lei 6.514/77, as empresas são obrigadas a garantir o direito dos trabalhadores à segurança e à medicina no ambiente de trabalho, independentemente do ramo de atuação.

A importância da biossegurança hospitalar

O papel da biossegurança hospitalar é fundamental para a capacitação de equipes e a infraestrutura de todo o ambiente, pois os hospitais podem abrigar vírus, bactérias e outros agentes extremamente prejudiciais à saúde das pessoas, em especial dos profissionais.      

Além disso, instrumentos médicos cortantes também representam um risco e, portanto, os profissionais devem ter cuidado para não ameaçar a segurança dos colegas e pacientes.

Embora práticas como a administração da farmácia hospitalar, a higienização das mãos e o descarte adequado de materiais possam parecer óbvias, é necessário prestar muita atenção a essas questões. Se esses cuidados não forem reforçados e tratados com rigor, as consequências podem ser desastrosas para a saúde dos médicos, enfermeiros e pacientes.

A biossegurança nas ações de saúde também envolve cuidados com objetos pessoais dos profissionais de saúde, como aventais, jalecos e estetoscópios, por exemplo.

Como a biossegurança deve ser adotada?

Afim de garantir a efetividade das práticas de biossegurança, é fundamental que gestores e colaboradores trabalhem em conjunto. De modo geral, os alicerces que contribuem para a disseminação de uma rotina de trabalho pautada em boas práticas são:

1. Gestão eficiente

Para implementar as normas de biossegurança hospitalar, tudo deve começar pela área de gestão do hospital. São os líderes que devem avaliar os riscos, definir as medidas que devem ser adotadas e fornecer os equipamentos de segurança necessários a cada profissional. Portanto, o hospital precisa elaborar políticas e procedimentos bem definidos para lidar com situações de risco e prevenção de contaminação. Essas políticas devem ser atualizadas regularmente e amplamente divulgadas entre os funcionários.

2. Uso dos equipamentos de segurança

A importância dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) consiste em minimizar os riscos de contaminação por meio de fluidos corporais, como sangue e saliva, e de objetos cortantes, como agulhas e bisturis. Sendo assim, os equipamentos de segurança também são importantes para proteger os profissionais de exposição a substâncias tóxicas ou agentes químicos presentes no ambiente hospitalar.

Dentre os equipamentos individuais mais utilizados em hospitais, estão: luvas, máscaras, aventais, óculos de proteção, sapatos e botas de segurança, capotes, gorros, protetores auriculares, entre outros.

Também há o uso dos EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) projetados para garantir a segurança de toda a equipe, em vez de apenas um indivíduo. Eles são especialmente importantes em ambientes hospitalares, onde a transmissão de doenças e infecções é um risco constante.

Um exemplo de EPC é a instalação de uma ala específica para o tratamento de pacientes infectados por um vírus perigoso, a fim de evitar a disseminação do vírus para outras áreas do hospital e para a população em geral.

3. Práticas corretas de limpeza

A higienização e desinfecção de ambientes e superfícies são medidas essenciais para garantir a segurança dos profissionais e pacientes em um ambiente hospitalar. Isso inclui a limpeza do piso, paredes, janelas, mobiliário e equipamentos médicos.           

Para isso, é fundamental que o hospital tenha um manual de procedimentos detalhado para a limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas. Algumas recomendações importantes incluem:

  • Evitar a varredura a seco, que pode espalhar microrganismos patogênicos. Em vez disso, é recomendável fazer a varredura úmida com panos de limpeza, rodo ou mops, seguindo as etapas de ensaboar, enxaguar e secar;
  • Utilizar somente produtos saneantes autorizados pelo Ministério da Saúde e notificados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
  • Para a limpeza dos equipamentos, utilizar somente produtos indicados pelo fornecedor, a fim de evitar danos ou mau funcionamento;
  • Preferencialmente, contar com uma empresa especializada e experiente no atendimento a hospitais, que terá as técnicas, produtos e equipamentos adequados, além de equipe treinada para o desenvolvimento do trabalho.

4. Gestão de resíduos

É fundamental realizar o descarte adequado dos resíduos hospitalares, que devem ser separados de acordo com o seu tipo para ter o destino correto:

  • Grupo A: resíduos potencialmente infectantes, ou seja, que podem conter agentes infecciosos ou risco biológico. Devem ser coletados por empresas que fazem o tratamento do lixo hospitalar;
  • Grupo B: resíduos químicos, como corrosivos, inflamáveis e tóxicos, que devem ser recolhidos por uma empresa especializada;
  • Grupo C: resíduos radioativos, que recebem tratamento de acordo com normas específicas de biossegurança;
  • Grupo D: lixo comum, coletado pelo serviço municipal;
  • Grupo E: resíduos perfuro cortantes, como lâminas de bisturi e agulhas, que devem ser descartados em caixas especiais e coletados por empresa especializada.

5. Higienização das mãos

A higienização das mãos é uma das medidas mais básicas e eficazes de biossegurança hospitalar, capaz de interromper o ciclo de contaminação. As mãos são um dos principais veículos de microrganismos, podendo contaminar objetos, superfícies e outras pessoas. Por isso, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde devem higienizar as mãos com álcool 70% antes de qualquer procedimento ou troca de atendimento de pacientes, inclusive antes da colocação de novas luvas.

Essa recomendação de higienização deve ser estendida a todas as equipes que trabalham no hospital, incluindo as administrativas, de manutenção, terceirizadas, pacientes e visitantes. Para isso, o hospital deve colocar placas e sinais com instruções claras e precisas sobre a higienização adequada das mãos em locais estratégicos, enfatizando a importância de esfregar o dorso das mãos, entre os dedos, as unhas e o pulso.

Em suma, observar todas as diretrizes de biossegurança hospitalar equivale a implementar os padrões de segurança exigidos para as instituições de saúde, garantindo que as atividades sejam executadas com o menor risco possível para os profissionais, pacientes e para o público em geral que transita no hospital.

Com mais de 36 anos de experiência, o Grupo Paineiras entende as exigências hospitalares e se dedica a oferecer serviços terceirizados de asseio e limpeza e conservação.

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