Após mais de um ano da pandemia do Coronavírus, o Dia Mundial da Saúde deste ano teve um significado a mais. O País bateu recorde de casos, já são mais de 3,8 mil mortes por dia e um novo lockdown foi decretado em algumas cidades brasileiras. O dia 5 de maio é outra data para ser lembrada e destacada em meio à crise sanitária que o País vem enfrentando – o Dia Mundial da Higienização das Mãos. Afinal, a limpeza e a higienização são umas das melhores formas de prevenir a disseminação da doença, já que a imunização de toda a população ainda deve levar um tempo. Quando o assunto é saúde, como ensina o ditado popular, é melhor prevenir do que remediar.

Mas, afinal, o que significa saúde?

Já na origem do termo, saúde tem relação com bem-estar e até com higiene, como explica o dicionário da educação profissional em saúde, da Fiocruz: “saúde, em português, deriva de ‘salude’, vocábulo do século XIII (1204), em espanhol, ‘salud’ (século XI), em italiano, ‘salute’, e vem do latim, ‘salus (salutis)’, com o significado de salvação, conservação da vida, cura, bem-estar”. Da mesma forma, tem influência do francês, “santé”, do século XI, que advém de “sanitas” (sanitatis), designando no latim “sanus”, aproximando-se mais da concepção grega de “higiene”, ligada à deusa Hygea. Por essa vertente, em resumo, saúde é entendida como o estado do organismo que está em equilíbrio com o ambiente.

Saúde, bem-estar e higiene, uma relação intrínseca

Se na origem da palavra a relação harmônica entre o ser e o ambiente em que ele vive já se mostra presente, a atual crise do Coronavírus deu a ela uma nova dimensão e destaque. A preocupação com a limpeza e a higienização tornou-se uma premissa dentro das organizações e sofreu transformações que vieram para ficar, como mostra esse artigo.

Além disso, inserir na rotina a cultura da limpeza e da higiene passou a ser premissa na conduta de cada um, incluindo ações que devem continuar, mesmo após a vacinação da população.

Dia Mundial da Higienização das Mãos

Entre as principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no tempo de pandemia está a correta higienização das mãos. Isso porque, elas servem como veículo para levar o vírus até as portas de entrada para o organismo, como a boca e o nariz. Mas mesmo antes da pandemia, a lavagem das mãos já era tida como a maneira mais simples e barata de se reduzir as infecções, sendo um importante instrumento de prevenção à disseminação de doenças, especialmente, em ambientes hospitalares, que, pela sua natureza, demandam um serviço de limpeza profissional especializado. No entanto, segundo a OMS, 70% dos profissionais de saúde e 50% das equipes cirúrgicas não praticam rotineiramente a lavagem das mãos. Foi para dirimir esse paradoxo que o dia 5 de maio foi definido como o Dia Mundial da Higienização das Mãos.

Dia Mundial da Lavagem das Mãos

No dia 15 de outubro de 2008, uma iniciativa público-privada também criou o Global Hand Washing Day (do inglês, Dia Mundial da Lavagem das Mãos), uma campanha educativa pela lavagem das mãos de forma correta, com água e sabão, com foco nas crianças e escolas, e com o objetivo de diminuir o número de doenças. A iniciativa também conta com o apoio da OPAS/OMS Brasil.

Diarreia e desidratação são consideradas uma das cinco maiores causas de morte em crianças com menos de 2 anos de idade no mundo. Segundo a UNICEF, cerca de 5 mil crianças morrem de doenças diarreicas (desidratação) e o simples ato de lavar as mãos com sabão pode reduzir a incidência dessa taxa entre crianças menores de cinco anos a quase 50%, além de diminuir a incidência de infecciones respiratórias em cerca de 25%.

Saúde mental

A saúde não se limita ao corpo físico. Saúde mental e emocional também fazem parte desse combo do bem-estar, que, mais uma vez, vem sendo confrontado pelo cenário de crise. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e cedida à BBC News Brasil, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano. Apesar da intensidade de sintomas ansiosos, a quantidade de diagnósticos de transtornos mentais se manteve relativamente estável durante a pandemia, segundo estudos, mostrando que somos mais resilientes do que imaginávamos. No entanto, o cuidado com o equilíbrio mental entrou em pauta e deve continuar.

No ambiente corporativo, como mostrou a matéria do jornal O Estado de S. Paulo, as empresas passaram a monitorar o descanso, em vez do trabalho, devido ao alto nível de estresse e ansiedade decorrentes da rotina do home office. Como mostra a matéria de Letícia Ginak, é o caso da farmacêutica Sanofi, que implementou o internal Zoom meeting day (dia sem Zoom), em que todas as quintas-feiras qualquer tipo de reunião interna fica proibida. Na Unilever Brasil foram criadas as “regras de ouro” das reuniões virtuais, que inclui o veto de agendamentos para o período entre 12h e 13h30 e após as 18h, pausas de 10 minutos entre uma reunião e outro compromisso e redução do expediente às sextas-feiras, que passou a ser encerrado às 16h.

Programas de saúde e bem-estar virtuais, como ginásticas laborais, aplicativos que lembram a necessidade de pausa e até convidam o usuário a tomar água também são outros exemplos de práticas que passaram a ser utilizadas pelas empresas como forma de reduzir a exaustão e o desgaste mental causados pelo tempo de exposição às diferentes telas.

Responsabilidade compartilhada

O conceito de aldeia global é outro que passou a ter uma perspectiva mais clara e próxima da realidade de todos. O papel de cada indivíduo na segurança e no bem-estar do coletivo talvez nunca tenha sido posto tanto à prova. A consequência de cada ação isolada na vida do outro e do todo pode ser a diferença entre a vida e a morte. Por isso, todos são corresponsáveis no trabalho de conter a disseminação do vírus, adotando a etiqueta respiratória, o uso de máscara, a limpeza frequente e correta das mãos e até a adoção do self cleaning no ambiente de trabalho.

E você, como tem cuidado da saúde das pessoas e dos ambientes em que vive?