O lixo e os resíduos orgânicos hospitalares são um risco a todos, por isso é necessários seguir algumas regras de manejo e descarte. Saiba mais!

Os hospitais, embora por essência já cuidem da integridade física e mental das pessoas, também precisam adotar iniciativas de sustentabilidade e minimizar a exposição das pessoas a fatores de risco. Considerar desde arquitetura, gestão de energia, de serviços terceirizados e até o manejo adequado de resíduos alimentares nas cozinhas hospitalares são algumas frentes de atuação. Esta, por sua vez, que é tema deste artigo, é de suma importância para eliminar o risco de contaminações e, por isso, requer um trabalho profissional especializado. Confira a seguir os cuidados necessários para fazer a gestão de resíduos de alimentos em ambientes hospitalares.

Risco ambiental do lixo hospitalar

Sabe-se que o lixo hospitalar é perigoso não apenas para os seres humanos diretamente, mas para o meio ambiente também. Segundo um estudo feito pelo Hospital Albert Einstein, o maior risco ambiental se dá pelo chamado lixo infectante, que consiste em resíduos com a presença de agentes biológicos que apresentam risco de infecção, bem como, rejeitos radioativos e químicos.

Quando esses materiais entram em contato com o solo ou com a água, podem provocar sérias contaminações no ambiente e danos à vegetação. Além disso, podem afetar rios, lagos e lençóis freáticos, espalhando-se com facilidade e prejudicando qualquer ser vivo que entrar em contato com a água.

Há, ainda, o resíduo orgânico de hospitais que, se não descartados de maneira adequada, podem desenvolver níveis de toxicidade. Portanto, a gestão e destinação correta para proteger a saúde pública são obrigatórias.           

O que são resíduos orgânicos?

Os resíduos orgânicos são resultantes das atividades de pré-preparo, preparo e distribuição dos alimentos e da limpeza da cozinha hospitalar. Quando não tratados de maneira adequada, podem causar risco de contaminação, seja pela viabilização da proliferação de micro-organismos como bactérias ou pela atração de vetores e pragas, por exemplo, ratos e insetos, que também colocam em risco a saúde de todos.

Como acondicionar os resíduos orgânicos na cozinha hospitalar?

De acordo com a resolução da Anvisa 216/04, os locais destinados a resíduos alimentares devem conter lixeiras identificáveis de fácil higienização e transporte, em quantidade suficiente para conter os resíduos. Tais recipientes devem possuir tampas para permanecer fechado o tempo todo e serem acionados sem contato manual.

As lixeiras precisam estar em locais afastados dos fogões, geladeiras e espaços em que os alimentos já estejam prontos para consumo. A própria Portaria 2619, de São Paulo, salienta que é vedado manter recipientes para acondicionamento de resíduos sobre bancadas e pias.

Os resíduos orgânicos devem ser frequentemente coletados, mas não podem sair da área de produção pelo mesmo local por onde os alimentos, embalagens e descartáveis circulam. Caso não haja diferenciação destes espaços, é necessário estabelecer horários distintos para cada tarefa. Após a coleta, é preciso estipular uma rotina de higienização diária, fazendo uso de equipamentos de proteção individual para evitar quaisquer tipos de contaminação.

Outro ponto importante é que as lixeiras de dentro da cozinha hospitalar não são depósitos de resíduos alimentares. Apenas recipientes pequenos, que conseguem suportar o volume de resíduos gerado em um único turno de produção das refeições.

Como armazenar os resíduos alimentares em áreas externas?

Quando os resíduos orgânicos são retirados da cozinha hospitalar, é importante armazená-los em contêineres fechados a fim de evitar a atração de vetores e pragas. As lixeiras devem ficar em local protegido da chuva e do sol, completamente isoladas da área de produção e armazenamento dos alimentos.

Vale ressaltar que separar o lixo corretamente é a atividade básica em qualquer local, seja em casa ou no trabalho, e os hospitais não ficam de fora. Os resíduos devem ser armazenados por tipo até o momento da coleta por uma empresa especializada, por exemplo, um contêiner para o resto de alimentos e outro para o lixo reciclável, como papel, vidro, plástico e metal.

Descarte de resíduos orgânicos

Os resíduos orgânicos, depois de armazenados devidamente, devem ser destinados a um tratamento adequado também. Uma das práticas mais utilizadas nesse processo é a incineração, porém esta ação gera a liberação de cinzas contaminantes com elementos nocivos à atmosfera, sendo mais tóxicas que os produtos incinerados.

Por isso, a compostagem se apresenta como uma alternativa para o descarte dos resíduos orgânicos gerados por hospitais. A RDC 306 da ANVISA prevê a compostagem de parte dos resíduos que integram o Grupo D, por exemplo, sobras de alimentos e do preparo de refeições e resto alimentar de refeitório.

Trata-se de uma reciclagem natural do resíduo alimentar, reduzindo de maneira significativa à pegada ambiental da instituição. Com o produto resultante, é possível usá-lo como adubo nas plantas, canteiros e jardins do próprio hospital ou das áreas verdes ao redor. 

Legislação que tratam do resíduo hospitalar

Existe legislação aplicável às empresas que geram resíduos hospitalares e é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio da RDC nº 306/04 e pela resolução nº 358/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). O principal objetivo de ambas é obrigar todas as instituições geradoras de resíduo hospitalar, de qualquer tipo, a elaborar e executar o chamado Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).

As organizações que descumprirem a legislação da ANVISA estarão sujeitas às penalidades previstas na lei nº 6.437/77, que determina as infrações à legislação sanitária federal e institui as sanções aos descumpridores. As penalidades incluem autuações, multas até a interdição parcial, total ou permanente do estabelecimento.

Sendo assim, as normas em relação à gestão de resíduos orgânicos dos hospitais devem ser seguidas com rigor, já que as sanções são pesadas em caso de descumprimentos das regras. Além disso, é de responsabilidade da equipe fazer o manejo e o descarte correto do lixo hospitalar e implementar projetos de aproveitamento dos restos de alimentos e coleta seletiva a fim de preservar a saúde da população e meio ambiente. 

Com tantos detalhes e normas, contar com uma empresa especializada, faz toda a diferença!