A COP27 evidencia que, ao adotar políticas de sustentabilidade, os FMs podem desempenhar um papel importante na luta contra as mudanças climáticas.

No período de 6 a 18 de novembro, ocorreu a 27ª Conferência das Partes da ONU (COP27, na sigla em inglês) em Sharm El-Sheikh, no Egito. Depois de duas semanas de negociações diplomáticas entre quase todos os 193 países participantes, o evento resultou na criação de um fundo para ajudar os países pobres afetados por desastres causados pelas mudanças climáticas.

De acordo com as autoridades que atenderam ao evento, o fundo é necessário dado que os países em desenvolvimento, especialmente os mais pobres, são os que menos contribuem para as emissões de gases do efeito estufa e são os mais afetados pelas suas consequências.

Também foi defendido que os acordos já assinados anteriormente, como aqueles estabelecidos na COP26, entrem em vigor e que as especificidades de cada uma das regiões e nações do mundo sejam levadas em consideração quando se fala em financiamento climático. Além disso, foi ressaltado a importância de manter o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, aplicar uma economia de baixo carbono e impulsionar o aumento do uso de energia renovável.

Nesse sentido, vale destacar que a COP reúne em eventos paralelos não apenas representantes dos países membros, mas também empresas do setor privado e a própria sociedade civil. Assim, observa-se que a atenção às mudanças climáticas conferida por todos os setores da sociedade é fundamental para a real implementação dos objetivos da convenção.

O que é o fundo de perdas e danos?

O fundo de perdas e danos será uma ferramenta para doadores, ou seja, países ricos, contribuírem para um fundo global de ajuda em caso de desastres naturais relacionados à mudança climática. Essa discussão se arrasta desde 2009, quando foi acordado na COP de Copenhague que os países desenvolvidos transfeririam US$ 100 bilhões por ano aos países em desenvolvimento a fim de financiar a transição para uma economia de baixo carbono e investir em programas de adaptação e mitigação dos efeitos do aquecimento global, o que ainda não foi cumprido.

As nações industrializadas há muito resistem a esse fundo, temendo que isso os prenda com bilhões de dólares por décadas bombeando carbono na atmosfera. No entanto, a União Europeia fez a oferta, deu início às negociações e em 48 horas o acordo foi concluído. Os detalhes ainda precisam ser elaborados, mas as nações mais vulneráveis ​​podem esperar receber dinheiro para lidar com desastres climáticos no futuro.

Meta de temperatura global na COP27

Os cientistas alertam que as chances de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, conforme estabelecido no Acordo de Paris de 2015, estão diminuindo. Em vez de cair, as emissões de gases de efeito estufa ainda estão aumentando.

Contudo, foram apontados alguns progressos. Antes do Acordo de Paris, o mundo estava a caminho de aquecer 4,5 graus Celsius até o final do século em comparação com os tempos pré-industriais. Previsões recentes diminuíram para cerca de 2,6°C, devido às ações tomadas ou compromissos já assumidos pelos governos. Por isso, ao longo das negociações, os países também se comprometeram a manter a meta de 1,5°C para o aumento da temperatura global.

Baixo carbono e fontes de energia

Durante a COP27, os líderes discutiram o Plano de Implementação de Sharm el-Sheikh, que afirma que a transição global para uma economia de baixo carbono deve requerer investimentos entre US$ 4 e US$ 6 trilhões por ano.

Para atingir esse objetivo, o plano reforça a necessidade de financiamento por parte dos sistemas financeiros e suas estruturas, que precisarão ser atualizados em conjunto com governos, bancos centrais, bancos comerciais, investidores institucionais e outras entidades financeiras. Além disso, houve a reafirmação do acordo para reduzir o uso de carvão e seguir em direção ao uso de energias renováveis.

O que o FM tem a ver com a COP27?

A gestão de edifícios comerciais e industriais desempenha um papel essencial na redução do consumo de energia e das emissões de carbono. As organizações em todo o mundo já estão começando a perceber o valor da digitalização, uma vez que se trata de uma ferramenta para combater as mudanças climáticas e gerenciar a eficiência energética em todo o ambiente construído.

A COP27 representa uma oportunidade para os gerentes de instalações acelerarem os esforços para aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de dióxido de carbono. Além de definir metas mais ambiciosas ou aplicar os padrões existentes de forma mais ampla.

Embora a grande maioria dos gestores precise de autorização para realizar projetos, é importante lembrar que a ação não nasce de cima para baixo, pois são as pessoas e os ocupantes que fazem a organização sobreviver, e não o contrário. É necessário adotar medidas diferenciadas na gestão dos espaços de trabalho, seja escritório, edifício industrial, hospital, hotel, centro de distribuição ou qualquer outro edifício de trabalho ou residencial.

As ações partem de todo gestor que pode incluir em seus projetos a gestão efetiva de seus ativos e subprodutos, alertar a alta direção e equilibrar o relacionamento com seus stakeholders a partir da aplicação de soluções conscientes e ecologicamente responsáveis.

Quando se trata de crise energética e a transição para longe dos combustíveis fósseis, por exemplo, é necessário pensar em um comissionamento no prédio. Em relação às questões de “perdas e danos”, a organização pode incluir de fato em sua agenda a pauta da inclusão em todos os seus aspectos.

Para seguir os parâmetros da economia de carbono, há algumas coisas importantes a considerar. A digitalização é uma delas. Qualquer solução digital deve abranger todo o sistema. Monitorar vários espaços, fatores e ativos individualmente não é tão eficaz quanto combiná-los em um painel integrado para administrar melhor os requisitos complexos de energia e expandir as economias de energia alcançáveis.

Sendo assim, para instalações prontas para o futuro, o FM pode orquestrar sua jornada digital e adotar estratégias para implementar uma solução totalmente digital. Por exemplo, a adaptação gradual dos sensores permitirá que as bobinas FM comecem a aumentar a eficiência energética, economizar custos e reduzir as emissões à medida que incorporam recursos adicionais.

Segundo o CEO da BlackRock, Larry Fink, à medida que o mundo se aproxima de um período de realocação de capital, as empresas têm a responsabilidade de dar aos acionistas uma maior transparência nas questões de sustentabilidade, já que é um componente importante da capacidade de cada empresa para atrair capital. Ela ajudará os investidores a avaliarem quais empresas estão servindo seus acionistas de forma eficaz, remodelando o fluxo de capital de acordo com isso. E ressalta que as empresas, investidores e governos devem se preparar para uma realocação significativa de capital.

Por isso, a COP27 resultou em estabelecer novas discussões entre governos e empresas para continuarem os trabalhos de mitigação e a implementação de medidas para frear as mudanças climáticas e preservar o mundo como ele é. Com isso, é possível concluir que a sustentabilidade é um investimento que gera retorno em diversos fundamentos e, dependendo das iniciativas adotadas pelo FM, as organizações podem desfrutar de maior prosperidade a longo prazo, assim como os investidores, trabalhadores e a sociedade como um todo.

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