Conheça os tipos de contaminantes presentes no ar que respiramos e suas implicações na saúde das pessoas, que causam COVID, asma, viroses, alergias, entre outras.

Você sabia que o ar interno pode ser de 2 a 5 vezes mais poluído que o externo?  Não é à toa que que o ar interior, quando de má qualidade, pode estar relacionado às implicações na saúde das pessoas, podendo causar COVID, asma, viroses, alergias, entre outras doenças, além de ocasionar a queda na produtividade dos funcionários.

Segundo o fundador da Anvisa e Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), Gonçalo Vecina, “respiramos em torno de 10 mil litros de ar por dia. Nesse ar podem ter contaminantes, gases, partículas, microrganismos, invisíveis a olho nu, que entram no nosso corpo, podendo causar danos a curto e longo prazos”. 

Neste contexto, o controle da Qualidade do Ar Interior (QAI) torna-se um dos principais pontos a serem considerados na gestão de facilities. Principalmente porque os contaminantes e poluentes do ar interno estão presentes em diversos objetos e locais, alguns jamais imaginados. Conhecê-los e se conscientizar a respeito da importância de manter a higienização dos equipamentos em dia é o primeiro passo para combater, principalmente, os contaminantes biológicos que, com a chegada do inverno, prejudicam ainda mais a saúde das pessoas.

Conheça os 2 principais agentes que prejudicam a qualidade do ar interior

1. Poluentes químicos 

  • Compostos inorgânicos gasosos: monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxido e dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, amônia, formaldeídos, composto orgânicos voláteis etc. Esses poluentes podem irritar o sistema respiratório, causar a sensação de desconforto, dores de cabeça, tontura, náuseas, problemas na visão e uma sensação geral de cansaço nas pessoas, além de produzirem sintomas não específicos, que podem ser confundidos com os da gripe.
  • Compostos orgânicos voláteis (COV): incluindo o formaldeído, suas principais fontes em ambientes internos são materiais de construção, acabamento, decoração, mobiliário, combustão, processos metabólicos e fotocopiadoras. Além de móveis, pisos, colas e tintas, os produtos de limpeza e desinfecção que não estejam dentro do regulamentado, como desinfetantes, desengordurantes e inseticidas usados no dia a dia também são responsáveis por uma parcela dos poluentes químicos. Uma fonte de COV praticamente onipresente em escritórios e residências é a máquina fotocopiadora e impressora de papel. 

Diversos especialistas ressaltam que os COV estão diretamente relacionados aos sintomas da SED – síndrome de edifícios doentes. Além disso, exposições a alguns COV, em concentrações muito elevadas, podem alterar as funções neurocomportamentais e levar ao desenvolvimento de câncer. 

  • Material particulado, sólido ou líquido: Os poluentes fontes de materiais particulado, sólido ou líquido podem ser encontrados em fibras minerais, sintéticas, esporos, pólen, restos de insetos, aerossóis etc.

2. Contaminantes biológicos

Os contaminantes biológicos constituem a microbiota dispersa no ar (fungos, bactérias, algas, vírus, entre outros). A contaminação, neste caso, acontece por via aérea quando o agente microbiano é inalado e retido no trato respiratório em local propício ao seu desenvolvimento. 

Quando presentes no ar interior, esses microorganismos podem causar irritações, o Mal dos Legionários (causada pela Legionella), febre, asma brônquica, pneumonite alérgica ou alveolite, pneumonia (infecção pulmonar associada a bactérias, vírus e alguns tipos de fungos).


Como se prevenir em relação aos poluentes e contaminantes do ar interior

De acordo com os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais da metade dos locais fechados, como empresas, escolas, cinemas, residências e até hospitais têm ar de má qualidade. Mas, ao contrário do que se pode supor em um primeiro momento, os sistemas de ventilação e de ar-condicionado (VAC) são excelentes aliados da Qualidade do Ar Interior (QAI). Esses sistemas, “corretamente projetados, selecionados, instalados e com operação e manutenção adequadas, devem possibilitar a ventilação dos ambientes com ar externo realizando a renovação do ar interno, a diluição de poluentes, a filtragem do ar com redução de partículas em suspenção no ar e colaborar com a redução de riscos de contaminação por microrganismos”, ressalta o Prof. Dr. Antonio Luís de Campos Mariani, docente da Escola Politécnica da USP e coordenador do LEQAI – Laboratório de Estudos da Qualidade do Ar Interior do Departamento de Engenharia Mecânica, em sua declaração na cartilha publicada pela Abrava.

Os equipamentos de ar-condicionado promovem a renovação do ar interior por meio do processo de troca de ar, diluindo, assim, possíveis contaminantes; filtração do ar, removendo os poluentes e fazendo a distribuição do ar para uma melhor homogeneização das condições internas, evitando zonas de estagnação (bolsões de ar estagnados). No entanto, é necessário que sejam usados filtros adequados, corretamente higienizados e trocados de acordo com a recomendação técnica, pois, quando mal operados e sem manutenção adequada, tais equipamentos tornam-se fontes potenciais de poluentes, principalmente de materiais particulados e microrganismos (decorrentes do acúmulo de umidade nesses sistemas). 

Portanto, o maior controle e rigor na manutenção dos sistemas de ventilação e de outros fatores intervenientes na QAI diminuiria os riscos de contaminação do ar, consequentemente, diminuindo gastos com saúde dos ocupantes e as taxas de absenteísmo. 

Se você precisa de ajuda para manter o sistema de ar-condicionado do seu prédio em dia com as leis, normas e resoluções, evitando multas e ajudando a garantir a saúde e a segurança das pessoas, fale com nossos especialistas.